sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Capítulo VI - Fé

"Acho que dizer que sou mais quando menos... Não adianta. Que sei ser um pouco mais quando desistem de saber tanto. Porque o menos me dá impulso de me libertar.Ser o que muita gente não sabe enxergar.Mas o que sempre foi, e sei que sempre vai ser.Foi por motivos como esses que automaticamente segui esse meu caminho.Meu caminho no silêncio."
Thaís Fontes

24 de Dezembro de 2012

16:25 - Estou à poucos quilômetros de Londrina. Creio que em duas horas esteja lá. Temo não encontrá-los com vida, mas devo seguir em frente. Parei agora para escrever porque estou cansado e não pretendo escrever de novo nesta viagem.

Eram quase seis da manhã de hoje quando passei por uma cidadezinha do interior do Paraná, onde deviam morar no máximo 40.000 habitantes antes da contaminação. A cidade estava vazia, e isso me preocupou bastante, e logo minha preocupação se concretizou, pois logo à minha frente, em uma banca de jornal, estavam cerca de 15 indivíduos. O mau cheiro era sentido de longe, mas quando se chega perto de uma dessas coisas, é quase impossível respirar. Eles deviam estar contaminados à poucos dias, mas a podridão de sua carne parecia que estavam mortos à muitos anos.
Ao contrário do que eu imaginava, eles tem muita agilidade e força, mesmo com toda a dificuldade de se locomover. Três deles vieram em direção à minha moto, que estava parada do outro lado da rua. Saquei minha .45 e disparei um tiro no meio da testa, exatamente entre os olhos de um dos que vinham. Minhas Colt Government têm 7 balas no pente, cada uma e minhas munições estavam fora de alcance, então, nos meus rápidos cálculos percebi que mesmo matando cada coisa daquelas com apenas 1 tiro, não seria suficiente, mas não tinha muito tempo pra me preocupar com o futuro, na verdade eu tinha que conseguir sobreviver.
Mais um tiro, esse pegou no ombro do cara que estava mais perto de mim. Ele vestia uma camisa listrada, e mesmo que rasgada e suja eu percebia que era daquelas típicas de caminhoneiros. O cheiro de cerveja ainda era perceptível, foi então que o outro me derrubou da moto. Cai de costas na calçada, porém de frente para ele, e de imediato atirei bem acima do olho esquerdo. O grandão que ainda estava de pé arremessou um pedaço de metal, creio eu que um resto de placa, em minha direção, o que fez com que eu conseguisse um belo corte no braço. Puxei a minha outra arma e atirei 4 vezes contra aquilo; o que fez com que em uma de minhas pistolas só sobrassem duas balas.
Os outros estavam bem próximos de mim quando me levantei, e foi quando alcancei meu taco de baseball, guardei minhas pistolas e fui pra pancadaria. Não sei exatamente qual foi meu sucesso naquela hora, porque logo subi na moto e sai de lá, infelizmente deixando muitas daquelas coisas ainda de pé.

Só agora parei e já estou indo. Espero chegar em breve e não ter mais contratempos.

19:42 Acabo de chegar em Londrina, e estou à alguns metros de onde acredito que eles possam estar. Desde adolescentes sempre disseram que num dia como esse, se refugiariam no Carrefour, e cá estou. Muitos dos infectados estão nas portas e eu preciso entrar, e pra isso terei que passar entre eles
É agora, vou fazer bastante barulho, buzinar bastante e chamar a atenção de todos, e aguardar que as portas se abram pra mim. Que Deus seja comigo.

7 comentários:

Provisório disse...

Muito bom o texto!!!

Rafael disse...

Cara que phoda seu Blog!! Virei fã *-*

Jabazinho de cada dia:

www.rafinhadoblog.blogspot.com

YagoMurakami disse...

Que foda!
Tua história mesmo?
abraços!

http://wallnosekai.blogspot.com/

Jota Gê disse...

É seu mesmo?

Muito bom,cara...continue assim.

dá uma olhada no meu!
http://culturasemlimites.blogspot.com/

Anônimo disse...

kra, vc gosta de escrever mesmo!

Thaís Fontes disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

ôô seu nerd, não esqueci não, estou lendo...

Está muito bom, parabéns