quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Prelúdio II - Victor

Londrina, 21 de Dezembro de 2012

-Você sabia que o Apocalipse é amanha...
Foram essas as palavras que me despertaram
Olhei ao redor... Sala de aula, estava cansado pelo trabalho do dia anterior e acabei caindo no sono.
Todos olhavam para Pedro Lot, ele acabara de falar a frase que arruinou meu sono. Pensei comigo " Quero ver como você vai sair dessa agora"
E ele fez isso da maneira de sempre... Uma risada exagerada e sarcástica; a sala inteira ria, "bom garoto" pensei, quando ia retornar ao meu sono o sino toca.
A preguiça faz com que eu apenas derrube o material dentro da bolsa e saia da sala, minha visão não estava clara pois os cabelos cacheados caiam nos olhos.
Me dirijo ao portão da escola, todos em suas rodinhas... seus gurpinhos... mas eu estava cansado, a única coisa que queria era chegar em casa e dormir...
Mas acho que o mundo ao meu redor me queria exausto, chegando ao portão da escola vejo o desanimo em forma de lataria... Um furgão da ABIN me esperava.
Seria mais um longo dia de trabalho.
Entrei no furgão que conhecia a 2 anos, até o momento eu era o mais novo do meu ramo na Associação, não é um fato ou algo que eu tire proveito, é apenas uma estatística...
-Bom dia Sr. Victor - esse era o Comandante Augusto Brigs, um senhor com seus 45 anos, baixo e calvo; mas isso não vem ao caso - Esse é chefe de uma quadrilha que estamos desconfiando mexer com material atômico.
Após essa frase eu sabia que se tratava de algo perigoso... Eu não ligava para isso, a única coisa que me preocupava no momento era o horário.
Eu odeio atirar de dia, mas isso não vem ao caso. Comi uma marmita que haviam preparado para mim pois havia saído da escola de barriga vazia.
Estava no centro de londrina, horário de almoço, ruas movimentadas...
Quando terminei de comer vi meu companheiro de trabalho, Rodrigo Loro Schuler, a pessoa mais inteligente que eu conhecerá em toda minha vida, lhe cumprimentei enquanto pegava meu rifle, era um
Springfield Armory M21 com melhorias feitas pelo próprio Rodrigo.

Chegamos a um prédio, devia ter uns 18 andares; o suspeito estaria em um restaurante a umas quatro quadras dali, chegaria em 20 minutos. Sai do furgão e fui para dentro do prédio. O rifle ficava em um case de guitarra para não levantar suspeitas, e Rodrigo levava seu telescópio desmontado em uma bolsa.
Enquanto entravamos no prédio para subir o elevador, Augusto
distraia o porteiro perguntando sobre algum nome aleatório.
Pegamos o elevador... Apertei o 19 andar(errei por um), o elevador subia e uma musica irritante tocava, chegamos ao 19º andar. Schuler achou as escadas, subimos chegamos ao terraço do prédio.

O céu estava azul demais para um dia normal
, fui ao parapeito do prédio e comecei a arrumar meu rifle, o vento batia forte, não ia ser um tiro fácil. Olhei pelo telescópio para o restaurante onde o suspeito iria almoçar.

Era um restaurante fino, e com decoração rústica estilo ambientes portugueses no século XII, uma Troller branca, meu suspeito saiu da Troller. Seu nome era Guilherme Bressa, usava um RayBan escuro, barba e cavanhaque ralo, estava com um terno preto, gravata vermelha, junto com ele estavam dois seguranças.
Os seguranças pararam do lado de Guilherme enquanto esse conversava com um senhor que saia de um restaurante.

Minha mira caia diretamente sobre sua cabeça, quando derrepente... o reflexo de algum objeto começou a bater na minha lente, deixando meus olhos totalmente embaçados, quando meus olhos voltaram ao normal eu procurei de onde vinha o reflexo, por mais que tentasse não achava... Desisti... voltei ao meu objetivo, a mira pousou sobre o pescoço de Guilherme... o vento havia parado... era agora, dessa vez antes que o reflexo me atingisse eu consegui observar de canto de olho um dos seguranças mexendo o braço, mas antes que eu conseguisse tirar o olho do telescópio o reflexo chegara, me cegando novamente.

Não haveria outra oportunidade, Guilherme estava se preparando para entra no restaurante, o suor escorria, e o medo de errar um tiro tomou conta de mim, mas apenas por uma fração de segundos...
Decidi arriscar, meu dedo deslizou pelo gatilho fazendo a armar dar um quase irrelevante tranco para traz, a distancia do tiro era de 850 metros, a bala demoraria 1,5 segundos para chegar na vitima, logo que disparei senti um frio na barriga .

"Quando um atirador de elite dispara uma arma, existem incontáveis variáveis a se considerar antes de apertar o gatilho: velocidade e direção do vento, alcance, movimento do alvo, miragem, fonte de luz, temperatura, pressão barométrica e isso é só o começo. O trabalho que dá para se conseguir uma boa posição de tiro é imenso

Para muitas pessoas, a palavra "atirador de elite" evoca uma imagem perturbadora: um atirador solitário, escondido, à espreita. Embora eles sejam, na verdade, soldados com boa pontaria que se escondem, ajustam um alvo na sua mira e puxam o gatilho."

Voltei a realidade, meus olhos não estavam embaçados, agora eu via claramente o acontecido, Eu acertara o tiro no pescoço de Guilherme, isso me aliviou muito... Mas não por muito tempo. Guilherme estava caído sobre o senhor que estava conversando, e este também estava caindo pois a bala que pegara no pescoço de Guilherme, atravessara e atingiu seu peito, e ao mesmo tempo os seguranças haviam corrido para o Troller e aceleravam loucamente... Eles sabiam que havia alguém ali, um atirador... Eu nunca havia sido percebido...

O despertador havia tocado, levantei e fui tomar um banho, lembrei da minha tarde movimentada, o tiro que atingiu duas pessoas e os seguranças que haviam me descoberto...
Terminei o banho e liguei para Lot, combinamos de eu passar la para irmos tocar na festa,

A partir dai foi uma noite normal, quando no meio de Higway Star do Deep Purple uma musicaresidências até acharem uma solução...
Uma história que eu havia conhecido a quatro anos estava prestes a começar do plantão especial toca, avisando que uma infecção havia começado, e todos deveriam ficar em suas residencias até tudo voltar ao normal

Uma história que eu havia conhecido há quatro anos estava prestes a começar



Um comentário:

Unknown disse...

POXA CARA, o que dizer....
Muito legal, gostei....
Continue assim....
Abraços